O Arte do Artista desta terça-feira (14), às 23h, na TVE, aborda a vida de um homem que foi considerado, pelas forças da repressão no Brasil da ditadura militar, o inimigo público número um: Carlos Marighella. Apesar de terem feito de tudo para apagar o nome dele da história nacional, nos últimos tempos ele voltou à tona com toda a força.

Caetano Veloso lançou, este ano, a música Um comunista, a respeito dele e Mano Brown fez um rap para a trilha sonora do documentário Marighella, de Isa Grinspum. Agora, o programa entrevista o escritor e jornalista Mário Magalhães, que dedicou 9 anos para escrever o livro Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo, contando a epopeia da vida e da luta do baiano, filho de uma mulata e de um italiano, que foi um dos maiores comandantes da luta armada contra a ditadura.

Como a história das aventuras de Marighella é de tirar o fôlego, tentei impor, na minha narrativa, um ritmo de tirar o fôlego também, conta o escritor num bate-papo com Aderbal Freire-Filho. E no mesmo espírito de ação e heroísmo, disposto a ajudar a reavivar a memória social do brasileiro, o programa incorpora uma linguagem de thriller político e, enquanto Mário permanece como um embaixador sequestrado, isolado no estúdio do Arte do Artista, agora transformado num aparelho de guerrilha, o apresentador sai pela cidade do Rio, num fusquinha, para visitar locais que tiveram importância e destaque na história da guerrilha urbana no Brasil, como casas que serviram como aparelhos e o antigo prédio do DOPS, no centro do Rio, onde Marighella e inúmeros companheiros foram torturados.

Marighella não perdeu a guerra, pois muitas de suas lutas, as quais ele se dedicou como parlamentar, antes de entrar pelo caminho da guerrilha que lhe levou a morte, deram, sim, certo. Hoje o Brasil é um país mais justo, com programas e reformas sociais pelas quais Marighella lutou. E muitos dos companheiros dele, ex-guerrilheiros, hoje são grandes dirigentes ou pessoas influentes na vida nacional, como Franklin Martins, Fernando Gabeira e a própria presidente Dilma, aponta Mário Magalhães.

Texto: Anahy Metz
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Edição: Redação Secom (51) 3210.4305