O governo do Estado anunciou, nessa quinta-feira (6), que fechou acordo com o governo federal para conclusão do trecho norte da RSC 471, que vai do município de Barros Cassal, na região do Alto do Botucaraí, a Rio Grande, no sul do Estado. A conclusão da rodovia, cujo trecho sul, de competência estadual, já está em andamento, permitirá desafogar a BR 116, absorvendo o escoamento da produção do centro do Estado até o Porto de Rio Grande. “É mais uma demonstração da integração das ações dos governos estadual e federal a fim de promover o crescimento econômico a partir da infra-estrutura que tanto nos falta”, destacou Yeda Crusius. O governo gaúcho, explicou a governadora, vinha pleiteando a federalização do trecho norte devido ao fato de que esse segmento da estrada se sobrepõe ao desenho da rodovia Transbrasiliana (BR 153), em construção pelo governo federal, ligando o país de norte a sul e também ao Mercosul. “Assim que a Secretaria do Planejamento teve a informação, durante as primeiras reuniões que fizemos em Brasília, no início do ano, de que os desenhos praticamente empatavam, decidimos pedir a federalização do trecho norte. Hoje, tivemos a notícia de que a federalização foi aceita”, observou. O secretário do Planejamento e Gestão, Ariosto Culau, explicou que o trecho reconhecido pelo governo federal integraria o chamado faltante da BR 153 no Estado, que coincide com a RSC 471. As obras foram iniciadas pelo governo gaúcho já com a perspectiva de federalização e inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por ser um dos eixos estruturantes do plano de governo. Conforme o secretário, o processo de federalização tomará tempo e necessitará de decreto, do qual depende o início das obras. “Mas já há o reconhecimento técnico e o direcionamento político de que isso venha a se materializar nos próximos meses. Todos os documentos necessários já foram encaminhados”, afirmou Culau. Para o secretário de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, a RSC 471 norte complementa o eixo paralelo à BR 116, podendo absorver toda a carga de safras e produção do centro do Estado. “É uma obra fundamental e sua conclusão demanda recursos na ordem de R$ 150 a R$ 200 milhões, que o governo estadual não teria como arcar no curto prazo.” O trecho norte da RSC 471 é composto por 91 quilômetros entre Barros Cassal e a BR 287 e por outros 36 quilômetros, de Barros Cassal a Soledade. Trecho Sul Em relação ao trecho sul da RSC 471, que vai de Pântano Grande a Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo, a governadora Yeda Crusius reiterou que a finalização das obras está prevista para março de 2008. No trecho sul, explicou o secretário Daniel Andrade, será construída uma variante ambiental, formada por viaduto e ponte sobre o arroio Abranjo: “É uma variante ambiental importante, que hoje determina um desvio de mais de 20 quilômetros por estrada de chão sem condições de trafegabilidade”. Segundo o secretário, será possível colocar mais de 300 caminhões por dia no período de safra “tirando este tráfego da já sobrecarregada BR 116”.