Germano Rigotto, governador do Estado Fui sempre aquilo que sou, sou sempre aquilo que fui, Porque a vida não dilui o que a mãe terra gerou... Sou o brasedo que ficou e aceso permaneceu, Sou gaúcho que cresceu junto aos fortins de combate E já estava tomando mate quando a pátria amanheceu. Jayme Caetano Braun, autor desses versos, é mais do que inesquecível. É tão imortal quanto imortal é a raça que ele tão bem retrata em cada estrofe de Payada. Os últimos meses têm sido, para mim, oportunidade de lembrar desta exaltação à têmpera gaúcha. De fato, a vida não dilui, a adversidade não derruba e a seca que destrói a colheita não impede que viceje sempre o vigor dos rio-grandenses. A maior estiagem dos últimos 60 anos nos levou das exportações de soja, e apenas das exportações de soja, seis milhões de toneladas, equivalentes a 2,5 bilhões de dólares. É um dinheiro que falta na agricultura, na indústria, no comércio e nos salários. É verdade que nos próximos meses estaremos crescendo menos do que outros estados. Seria impossível que o brutal ano da seca não se refletisse nos números da nossa economia. Mas eles não afetam o vitorioso ânimo de nossa gente. Apesar dos prejuízos, ainda ficamos em terceiro lugar entre os estados exportadores do país e não cessa o fluxo dos investimentos privados e o avanço tecnológico do Rio Grande do Sul. Se, em tempo recente, perdemos credibilidade e empresas, agora, com austeridade, seriedade, trabalho e criatividade reafirmamos nossa imagem de estado de economia aberta, de gente trabalhadora, competente e competitiva. Por essa mesma razão, estamos preparando a maior Expointer de todos os tempos, com testemunho de que somos e permanecemos vencedores das vicissitudes. Prepare-se a alma gaúcha para os dias de 27 de agosto a 4 de setembro, no nosso Parque de Exposições Assis Brasil. Ali, junto com as últimas novidades da moderna tecnologia agropecuária e agroindustrial, em meio a novos investimentos na infra-estrutura local, estaremos promovendo o grande reencontro anual dos gaúchos de todas as regiões, dos campos e das cidades, com os produtos da natureza, do seu trabalho e com sua cultura. Especial para o Correio do Povo, 14 de julho de 2005