TVE vai exibir em rede com a TV Brasil oito filmes do ator e cineasta Mazzaropi
Publicação:

A TVE exibirá oito filmes selecionados pela TV Brasil do ator e cineasta para irem ao ar, um por semana, durante dois meses - o Festival Mazzaropi começa na próxima sexta (07). Considerado um dos grandes atores do Brasil, Mazzaropi utilizou a figura do jeca para fazer rir. Em sua carreira artística, atuou ou dirigiu cerca de 30 filmes longas-metragens.
O primeiro clássico - que irá ao ar na sexta-feira, às 22h30 pela TVE - é Betão ronca ferro. Nesta comédia, com direção de Geraldo Afonso Miranda, Mazzaropi presta homenagem aos artistas mambembes e ao circo (suas origens) - mesmo depois de famoso, o ator/cineasta nunca deixou de frequentar os picadeiros ao redor do Brasil.
O título do filme, que tem duração de 100 minutos, faz alusão à revolucionária novela Beto Rockfeller, um fenômeno da época (1971).
O segundo filme, que irá ao ar no dia 14 de junho, às 22h30, é O corintiano, onde o ator vive Seu Manuel, um barbeiro e torcedor fanático do Corinthians, capaz das maiores loucuras para torcer pelo seu time do coração.
Os outros seis filmes que serão exibidos pela TVE, semanalmente, são: O Lamparina (1964), O Puritano na Rua Augusta (1966), O Jeca contra o capeta (1975), Zé do Piriquito (1974), O Jeca Macumbeiro (1974), Jecão, um fofoqueiro no céu (1977).
Sobre Mazzaropi
Filho de um imigrante italiano e de uma portuguesa, Amácio Mazzaropi nasceu em São Paulo no dia 9 de abril de 1912. Aos dez anos, morando em Taubaté, ele começou a frequentar atividades circenses. Aos 14, deixou a casa dos pais para acompanhar o Circo La Paz, da capital paulista. Entre um número e outro de faquir, ele contava anedotas e causos. De 1935 a 1945, após convencer os pais - inicialmente contrários a sua carreira artística - a atuarem como atores, a Trupe Mazzaropi percorreu muitos municípios do interior de São Paulo.
Em 1946, Mazzaropi estreou na Rádio Tupi, com o programa Rancho Alegre, encenado ao vivo no auditório da rádio e dirigido por Cassiano Gabus Mendes. Quatro anos depois, o mesmo programa estreou na televisão.
Mazzaropi fez 32 longas ao longo de sua carreira como cineasta, contando histórias que abordavam o racismo, a religião, a política e ecologia. Era conhecido por falar a língua do povo. A crítica, no entanto, o desprezava, assim como outros cineastas da época. Seus filmes eram considerados superficiais pela elite intelectual do país, apesar do enorme sucesso de público. Mazzaropi morreu em 13 de junho de 1981, aos 69 anos, vítima de um câncer na medula óssea. Nunca se casou, mas deixou um filho adotivo, Péricles, que morreu na década de 1990.
Texto: Anahy Metz
Foto: Divulgação
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305