O adjunto da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Claudio Fioreze, acompanhado pelo coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas da pasta, Dílson Bisognin, visitaram, na segunda-feira (20), a Estação Experimental de Verão do Centro Internacional da Batata (CIP), localizada em Huancayo, capital da província de Junin, no Peru. O objetivo foi a troca de informações na área de melhoramento e o estabelecimento de canais para incorporar novos clones que estão sendo desenvolvidos no CIP dentro do Programa de Melhoramento da Universidade Federal de Santa Maria.

A principal meta é melhorar a qualidade e a produtividade da produção de batata do Estado, onde se cultiva cerca de 30 mil hectares em duas safras anuais. O programa de melhoramento busca materiais resistentes a doenças, especialmente a requeima e vírus, e tolerantes a altas temperaturas. Os materiais serão avaliados, posteriormente em outros países, como a África e parte da China.

Bisognin, PhD em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade de Michigan - EUA, coordena o grupo de pesquisa de melhoramento de batata da UFSM, tendo como foco o treinamento de recursos humanos e desenvolvimento de clones adaptados à região Sul do Brasil. Uma das aplicações práticas é o Programa de Produção Integrada de Batata Semente da Região Central do Rio Grande do Sul, desenvolvido em parceria da UFSM, Fepagro Julio de Castilhos, Emater e Associação dos Produtores de Batata da Quarta Colônia (Asbat), entidade que tem sede em Silveira Martins. O trabalho teve inicio em 1996, incentivado por Fioreze que, na época, era extensionista local da Emater/RS, com apoio de Bisognin, que começava sua carreira na UFSM.

Batata peruana
Huancayo, rota de passagem dos Incas rumo à capital do Antigo Império (Cuzco), possui cerca de 300 mil habitantes, e está situada a 3.200m de altitude. A região foi escolhida para sediar a unidade de pesquisa em função de apresentar temperaturas mais amenas no verão em relação à unidade central de Lima, permitindo os trabalhos de pesquisa e multiplicação de materiais genéticos de batata (papa) e batata-doce (camote), tanto a campo, como em casas de vegetação. A unidade possui quatro pesquisadores, sendo dirigida pelo engenheiro agrônomo peruano e Doutor em fitopatologia pela Universidade de Dakota do Norte-EUA(Fargo), Victor Otazu.

Nas casas de vegetação são feitos cruzamentos para desenvolvimento de novas cultivares e a manutenção dos acessos do banco de germoplasma internacional de espécies silvestres de batata. Para se ter uma idéia, o CIP Huancayo mantém mais de 3.800 acessos, ou seja, coletas a campo de plantas representativas das mais de 200 espécies de batata, que ocorrem naturalmente na região dos Andes. Por isso, esta região e sua incrível biodiversidade é aceita mundialmente como centro de origem da batata cultivada, destacou Cláudio Fioreze.

Texto:Marcos Pérez
Foto: Giordano Pizarro
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305