A pesquisa agropecuária no Brasil deve se constituir pela integração dos sistemas federal e estadual, de forma permanente e com previsão de recursos no orçamento. Essa foi a principal conclusão da audiência pública sobre o fortalecimento e a revitalização das Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Oepas) ocorrida na manhã desta quinta-feira (31), na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, em Brasília. O presidente da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Danilo Rheinheimer dos Santos, participou do encontro e defendeu o grande potencial das Oepas para a formação de recursos humanos para a pesquisa no país.

O objetivo da audiência pública foi discutir a necessidade de investimentos por parte do Governo Federal nas Oepas. Os participantes ressaltaram a importância dos recursos do PAC-Embrapa-Oepas para a revitalização de várias instituições estaduais. Esses investimentos serviram como indutores de outros aportes de recursos, por parte dos governos estaduais, ressaltou Rheinheimer.

Conforme o presidente da Fepagro, ficou claro na audiência que não há alternativa social e econômica no campo somente com a Embrapa. As Oepas do País dispõem hoje de praticamente o mesmo número de funcionários e pesquisadores que a Embrapa, porém contam com muito menos recursos para as pesquisas. Em contraponto, o trabalho das organizações é muito mais próximo do cotidiano do agricultor familiar, mais pobre e descapitalizado, e também da extensão rural, lembrou Rheinheimer.

As 18 instituições que compõem as Oepas no País, entre elas a Fepagro, possuem no total aproximadamente 11 mil funcionários, 250 estações experimentais e 230 laboratórios voltados para atender às famílias rurais. Atualmente, contam com um total de 2.032 pesquisadores.

A audiência foi requerida pelo Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Consepa). Foi entregue um documento oficial contendo todas as necessidades de investimento em infraestrutura de pesquisa das Oepas para os próximos três anos. As entidades reivindicam um investimento de cerca de R$ 340 milhões para melhorar a estrutura e a qualidade da pesquisa. Os investimentos se referem à reforma de fazendas experimentais, criação de laboratórios, aquisição de veículos e reestruturação dos programas de pesquisa.

Texto: Clarice Speranza
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