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Identificação do rebanho abre as portas do mercado internacional à carne gaúcha

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A identificação individual do rebanho bovino uruguaio não resolveu todos os problemas da produção de carne do País vizinho, mas começou a abrir as portas para credenciar esta cadeia produtiva como uma das mais respeitadas no mundo. Esta foi a principal
Identificação do rebanho abre as portas do mercado internacional à carne gaúcha

A identificação individual do rebanho bovino uruguaio não resolveu todos os problemas da produção de carne do País vizinho, mas começou a abrir as portas para credenciar esta cadeia produtiva como uma das mais respeitadas no mundo. Esta foi a principal lição transmitida à missão gaucha coordenada pelo secretario da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, que iniciou visita de três dias ao Uruguai nesta terça-feira (13).

Na primeira etapa, a comitiva integrada, ainda, por deputados estaduais e pelo representante do Sindicato da Industria da Carne, Zulmar Moussale, visitaram a planta do grupo brasileiro Marfrig, no Departamento de Colonia e a propriedade Lo Tero, no Departamento de Sao Jose, nos arredores de Montevidéu.

No frigorífico, o grupo foi recebido pelo diretor uruguaio do Marfrig, Marcelo Secco. Experiente no ramo e profundo conhecedor do mercado mundial, Secco, ex-proprietário de frigorífico, disse que o Rio Grande do Sul tem todas as condições de ocupar os mesmos espaços hoje desfrutados pelo Uruguai no mercado mundial.
O clima, as pastagens, a genética, tudo e semelhante, por isso tenho certeza de que a carne gaucha tem tudo para ocupar um lugar privilegiado no mercado internacional, disputando nichos que pagam mais pelo produto, disse.

No estabelecimento Lo Tero - nome em homenagem à ave Quero-Quero - o proprietário, Fabian Pereira, criador de 1,6 mil cabeças de bovinos - 1.4 mil de corte e as demais de leite, além de possuir 600 ovelhas e plantar trigo, milho, soja e sorgo -, foi a vez de conhecer como funciona o sistema de identificação. Assessorado por integrantes do Ministerio da Ganaderia, Pereira afirmou que a ferramenta é importante, sendo fácil operar e permitir uma melhor gestão da propriedade.

Na opinião do secretário Mainardi, o Estado está no caminho certo ao propor projeto que cria o instrumento da identificação individual do rebanho. Depois de destacar importância para os controles sanitários, o secretário afirmou que a medida permite o rastreamento da produção, condição essencial para alcançar mercados que melhoram remuneram o produto, além de possibilitar a busca de fatias diferenciadas do mercado internacional. Aqui, por exemplo, eles têm 160 pecuaristas produzindo carne com base orgânica, que obtêm um preço até 40% superior ao pago pelo produto apenas rastreado, disse o secretario.

Na opinião da coordenadora da Câmara Setorial da Carne, Ana Sune, também integrante da missão, ficou evidente a necessidade do Rio Grande do Sul começar a identificar o rebanho. É uma ferramenta que vai nos habilitar, por exemplo, a preencher a Cota Hilton, mercado diferenciado, que abre a possibilidade do Brasil comercializar, mediante algumas condições, entre as quais a rastreabilidade, 10 mil toneladas de carne para a Europa, a preços muito bons, o que não conseguimos atender.

Enquanto o Uruguai vende as 6 mil toneladas que tem direito nesta cota, o Brasil não atende nem 4% do volume disponibilizado. O grupo continua em Montevidéu nesta quarta-feira (14), onde participa de reuniões e encontros no Ministerio da Ganaderia e no Instituto da Carne.

Texto e foto: Marcos Pérez
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

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